Validador de CNPJ: Como evitar fraudes
Publicado em 17 de janeiro de 2025
Todo mundo que já fez negócio com outras empresas sabe: às vezes você recebe um documento e fica aquela pulga atrás da orelha. Será que é verdadeiro? Os dados batem mesmo?
Fraudes com CNPJ são mais comuns do que parecem. E cair numa dessas pode te custar dinheiro, dor de cabeça e até problemas judiciais.
A boa notícia é que existem formas simples de validar um CNPJ e se proteger. Vamos falar sobre como identificar documentos suspeitos e garantir que você está lidando com empresas legítimas.
Por que validar um CNPJ
Você pode estar pensando: "Mas CNPJ não é público? Qualquer um não pode consultar na Receita Federal?"
Sim, pode. Mas aí está o problema. Justamente por ser fácil acessar esses dados, também é fácil pegar um CNPJ de uma empresa real e criar um documento falso.
A pessoa pega o CNPJ de uma empresa idônea, cria um PDF parecido com o Cartão CNPJ oficial, coloca um endereço diferente ou troca os dados dos sócios. Quando você confere o CNPJ na Receita, ele existe. Mas os dados do documento que você recebeu não batem.
Situações onde validar é essencial
Contratos e parcerias: Antes de fechar negócio com um fornecedor novo, valide os dados. Principalmente se for fazer pagamento antecipado.
Processos de contratação: Se você está contratando uma empresa terceirizada, confira se os dados dela são verdadeiros. Isso evita problemas trabalhistas futuros.
Vendas a prazo: Vai vender para uma empresa e parcelar o pagamento? Valide antes. Se a empresa for fantasma ou estiver com situação irregular, você pode ter prejuízo.
Abertura de conta bancária: Alguns bancos digitais facilitam a abertura de conta PJ. Golpistas criam empresas de fachada e depois desaparecem. Se você vai receber pagamento de uma empresa nova, valide primeiro.
Tipos de fraudes mais comuns
Vamos falar sobre os golpes que mais acontecem, para você saber identificar.
1. CNPJ inexistente
O mais básico. A pessoa inventa um número de CNPJ que nem existe. Parece bobagem, mas muita gente não confere e aceita o documento de cara.
Como identificar: Consulte o CNPJ na Receita Federal. Se não existir ou estiver como "Nulo", é fraude na cara.
2. CNPJ baixado ou suspenso
Aqui o CNPJ é real, mas a empresa já foi encerrada ou está com problemas. O golpista usa documentos antigos de quando a empresa estava ativa.
Como identificar: Verifique a situação cadastral. Se aparecer "Baixada", "Suspensa" ou "Inapta", não aceite.
3. Dados alterados
Esse é o mais perigoso. O CNPJ existe e está ativo, mas o golpista altera endereço, razão social ou dados de sócios no documento.
Como identificar: Compare os dados do documento recebido com os dados oficiais da Receita Federal. Se tiver qualquer diferença, é fraude.
4. Empresas laranja
Empresas criadas só para aplicar golpe. O CNPJ é real, está ativo, mas a empresa não tem estrutura, não tem funcionários, não tem nada. Só existe no papel.
Como identificar: Verifique há quanto tempo a empresa foi aberta, pesquise o endereço no Google Maps, veja se tem site ou redes sociais. Empresas laranja costumam ser recém-criadas e não têm presença digital.
Como validar um CNPJ corretamente
Validar não é só jogar o número no Google. Existe um passo a passo que você deve seguir para ter certeza.
Passo 1: Verifique se o CNPJ existe
Primeiro de tudo, confira se o número é válido. O CNPJ tem um algoritmo de validação chamado "dígito verificador". Se os dois últimos dígitos não baterem com o cálculo, o CNPJ é inválido.
Você pode fazer isso manualmente (se souber o cálculo) ou usar um validador online. Mas atenção: só porque o número é válido, não significa que a empresa existe. É só o primeiro filtro.
Passo 2: Consulte na Receita Federal
Acesse o site oficial da Receita Federal e consulte o CNPJ. Verifique:
- Razão social
- Nome fantasia
- Data de abertura
- Situação cadastral (tem que estar "Ativa")
- Data da situação cadastral
- CNAE (atividade econômica)
- Endereço completo
Anote tudo ou tire print. Você vai precisar comparar.
Passo 3: Compare com o documento recebido
Pegue o documento que te enviaram (Cartão CNPJ, contrato social, etc.) e compare campo por campo com os dados da Receita.
Se tiver qualquer diferença, mesmo que pareça pequena, desconfie. Um golpista pode mudar só o número do endereço ou trocar o nome de um sócio, achando que você não vai perceber.
Passo 4: Verifique a autenticidade do documento
Se o documento tiver QR Code ou link de verificação, use. Escaneie o código e veja se os dados batem.
Se não tiver, você pode:
- Ligar para a empresa e confirmar os dados
- Pedir uma via recente do Cartão CNPJ diretamente da Receita
- Solicitar um documento com autenticação digital
Passo 5: Pesquise sobre a empresa
Antes de fechar negócio, faça uma pesquisa básica:
- Procure no Google pelo nome da empresa
- Veja se tem reclamações no Reclame Aqui
- Confira se o endereço existe no Google Maps
- Veja se a empresa tem site, redes sociais, presença online
- Pesquise o nome dos sócios no Google
Empresas sérias costumam ter alguma presença digital. Se você não achar absolutamente nada, cuidado.
Ferramentas para validação
Você não precisa fazer tudo manualmente. Existem ferramentas que facilitam esse processo.
Validadores automáticos
Plataformas que consultam o CNPJ e trazem os dados oficiais de forma organizada. É mais rápido do que entrar no site da Receita.
Algumas emitem o Cartão CNPJ oficial com QR Code de autenticidade. Assim você tem a certeza de que os dados são verdadeiros e pode pedir para a outra parte fazer o mesmo.
Consultas em massa
Se você precisa validar vários CNPJs (por exemplo, fornecedores ou clientes), algumas plataformas permitem consultas em lote. Você sobe uma planilha e recebe os dados de todos de uma vez.
Isso economiza muito tempo e reduz o risco de erro humano.
Sinais de alerta que você deve prestar atenção
Algumas situações são bandeira vermelha. Se você notar qualquer uma delas, investigue a fundo antes de continuar.
Documento sem verificação digital: Se a empresa insistir em mandar só PDF comum e se recusar a fornecer documento com QR Code, desconfie.
Pressa exagerada: Golpistas costumam pressionar para fechar negócio rápido, antes que você tenha tempo de validar tudo.
Endereço residencial para empresa grande: Se a empresa diz que é uma grande fornecedora, mas o endereço é uma casa em bairro residencial, algo não bate.
E-mail gratuito: Empresas sérias têm e-mail corporativo (contato@empresa.com.br). Se mandarem e-mail de Gmail ou Hotmail, desconfie.
Telefone que não atende: Tente ligar. Se ninguém atender ou o número nem existir, é fraude.
Preços muito abaixo do mercado: Se a oferta é boa demais para ser verdade, provavelmente não é verdade.
O que fazer se identificar uma fraude
Se você descobrir que o documento é falso ou que a empresa não existe, não entre em pânico. Mas tome providências rápido.
Não feche o negócio: Óbvio, mas precisa ser dito. Não pague nada, não assine nada, não transfira valores.
Registre tudo: Guarde e-mails, mensagens, documentos, prints. Tudo pode ser usado como prova.
Informe a outra parte: Às vezes a pessoa do outro lado também foi enganada. Dê a oportunidade de ela corrigir ou explicar.
Bloqueie contato se necessário: Se for golpe confirmado, bloqueie e não responda mais.
Denuncie: Você pode fazer um Boletim de Ocorrência online e denunciar na Receita Federal. Isso ajuda a evitar que outras pessoas caiam no mesmo golpe.
Validação contínua, não pontual
Validar uma vez não basta. A situação de uma empresa pode mudar.
Se você tem um relacionamento comercial de longo prazo, é bom validar periodicamente. Uma empresa que estava regular pode ficar irregular. Um sócio pode sair. O endereço pode mudar.
Principalmente se você trabalha com contratos de fornecimento contínuo ou prestação de serviços recorrente, vale a pena fazer uma verificação a cada 6 meses ou 1 ano.
Conclusão
Validar CNPJ não é paranoia, é precaução. Fraudes acontecem todos os dias e quanto mais você souber identificar, menor o risco de prejuízo.
Não é trabalhoso. Não demora. E pode te salvar de muita dor de cabeça.
Use as ferramentas disponíveis, confira os dados, desconfie de situações estranhas e, sempre que possível, prefira documentos com autenticação digital. É a forma mais segura de garantir que você está lidando com empresas legítimas.
No fim das contas, prevenir é sempre melhor do que remediar.
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